quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Racionais MC's - Escolha o Seu Caminho (1992)

Segundo álbum do Racionais MC's, lançado no final de 1992 pelo selo Zimbabwe.
Não precisa nem dar play para entender o porquê do título. Enquanto a capa veio com a foto do quarteto usando drogas, portando armas e contando dinheiro, a contra capa apresenta uma outra realidade, os quatro sentados a mesa com uma pilha de livros, estudando e informando-se. Escolha seu caminho é, ao pé da letra, uma analogia sobre o livre arbítrio do ser humano.
As letras tratam sobre o orgulho e a auto-estima do povo negro, com a frase "acho incrível que o nosso conformismo já esteja nesse nível", mostram que não é para o povo esperar que outros façam alguma coisa por eles, e sim que levantem-se para lutar por algo melhor, que escolham um caminho melhor, dando exemplo de como o negro é destratado pela sociedade e dizendo que "a juventude negra, agora tem voz ativa"

Curiosamente o início da letra:
"Eu tenho algo a dizer, explicar pra você, mas não garanto porém que engraçado eu serei dessa vez. Para os manos daqui! Para os manos de lá!", é usada no início da música "Qual é?" do Marcelo D2, que apenas trocou manos por parceiros! Se foi plágio ou homenagem eu não tenho a resposta.

A versão baile da "Voz ativa" usa um sample da "Givin' up food for funk" dos JB's. E a "Negro limitado" conta com sample da "Walk On By" do Isaac Hayes.

Lado A
A1 Voz Ativa (Versão Rádio)
A2 Voz Ativa (Versão Baile)
A3 Voz Ativa (Acapella)

Lado B
B1 Negro Limitado

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

M.T. Bronks - Nova Era (1993)

Único disco deste artista, lançado pela Zimbabwe, contou com produções do DJ Cri Cri (Região Abissal), DJ Johnny e do próprio M.T. Bronks.
É um disco dedicado à cultura Hip Hop, com rimas alegres e batidas funkeadas, ele faz várias citações aos b.boys em músicas dançantes com BPM acelerado, ainda deixa uma faixa secreta no Lado B com efeitos para scratchs para a alegria dos DJ's da época, pois praticamente não existia material específico.
Além do disco ser muito alegre, contém faixas com duras críticas ao racismo.
Samples como Fred Wesley & JB's, Zapp & Roger, Jimmy Bo Horne, entre outros, recheiam o disco.


Curiosidade: Nos agradecimentos ele faz a seguinte citação, "Às equipes de som que mesmo não fazendo a seleção de rap nacional no salão merecem a nossa consideração por levar a música negra", e depois de citar algumas equipes ele complementa, "(Obs.:) Tocar 3 ou 4 rap nacional não é seleção". Mostrando que já naquela época muitos DJ's praticamente ignoravam o estilo.



Lado A

A1 Nova era
A2 De negro para negro
A3 Cranicula
A4 Valores


Lado B

B1 É preciso lutar
B2 Mundo podre e alucinante
B3 Um indivíduo qualquer
B4 O dia seguinte


http://www.mediafire.com/?19s8a1c1310bh7u

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Câmbio Negro - Sub-Raça (1993)

Disco de estréia desse grupo da Ceilândia, formado por X e DJ Jamaika, foi lançado pelo selo Discovery.
Sem dúvidas esse é um dos principais discos de rap nacional. Contou com produção do DJ Raffa do Baseado nas Ruas, um dos mais importantes produtores do Brasil. Por causa do vigor e da força de suas letras em cima de batidas fortes e ao mesmo tempo swingadas, o disco se tornou um verdadeiro marco, firmando Brasília como um dos pólos do rap brasileiro.
Câmbio Negro foi pioneiro em rap orgânico no Brasil, porém as músicas desse álbum com participação da banda saíram somente em CD, mas deixei como bônus junto ao download. Eles também foram precursores ao usar elementos do rock, surgindo então o embrião do que é chamado de "rap-core nacional".
Segundo DJ Tydoz, também de Brasília, “O Câmbio Negro veio pra falar as nossas gírias, da nossa realidade e das nossas influências. ‘Véi’ em vez de ‘mano’, ‘quebrada’ em vez de ‘área’. Samplear AC-DC e Gerson King Combo sem receio. Era a identidade dos candangos nos sons”.
Uma curiosidade sobre a capa do disco: na hora em que o fotógrafo Vanderlei Pozzembom foi tirar a foto, acabou a luz em toda a Ceilândia e então eles resolveram usar luz de velas para a foto. Até nisso eles acertaram, pois a foto principal ficou sensacional, porém o fotolito da contra capa ficou péssimo, mas não foi suficiente para arruinar o belo conceito do álbum.


Destaque especial para a faixa que deu título "Sub-raça", como também para "Careca sim e daí" e "Não pare".



E antes que eu esqueça, "Sub-Raça, é a puta que o pariu". Clássico!!!!



Lado A

A1 Dê-nos ouvidos (part. Marcão-Baseado nas Ruas)
A2 Que se f... vocês
A3 Careca sim e daí
A4 Que irmão é você
A5 Bala perdida


Lado B

B1 Sub raça
B2 Cadáver ambulante
B3 "X" sem Ana
B4 Não pare
B5 Não somos santos

http://www.mediafire.com/?617v142ljqv88bw